A pandemia da Covid-19 impactou o setor elétrico. Devido às incertezas, o Ministério de Minas e Energia (MME) chegou a adiar os certames previstos para 2020. No entanto, em agosto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou para dezembro o primeiro leilão de transmissão de energia elétrica do ano. Ao todo, 11 lotes devem movimentar R$ 7,4 bilhões em nove Estados. Os prazos de conclusão das obras variam de 42 a 60 meses.
A expectativa das indústrias que fornecem cabos elétricos de alumínio para o setor é que surjam mais investimentos nos próximos anos.
“O País tem hoje uma demanda reprimida pelos anos de crescimento baixo, a qual tende a ser revertida nos próximos anos. E, seja na transmissão ou distribuição de energia, a Alubar vem fazendo investimentos para garantir o atendimento das demandas”, afirma Maurício Gouvêa, diretor-executivo da Alubar.
“A Aneel deve voltar à rotina de lançamento de leilões de transmissão de energia, com cerca de dois eventos anuais, o que fará com que o Brasil volte a se desenvolver, incentivando o nosso mercado”, acrescenta Vagner Rodrigues, gerente Comercial do Grupo Prysmian.
Em relação ao leilão da Aneel, a perspectiva da Alubar é de atuar junto com os parceiros, oferecendo soluções em condutores de acordo com os lotes disponíveis.
“Esse leilão, por ser parte do negócio da empresa, assim como os demais, é uma oportunidade de ampliar a nossa participação no desenvolvimento do País”, comenta Gouvêa.
Expansão e novas tecnologias
Em 2018, a Alubar promoveu a expansão de 60% da sua capacidade produtiva na unidade de Barcarena (PA). No ano seguinte, a empresa adquiriu uma fábrica de vergalhões de alumínio no Canadá e outra de cabos elétricos em Montenegro (RS). Além disso, tem realizado mudanças na estrutura organizacional.
A companhia também investe na capacitação profissional, saúde e segurança do trabalho e no programa de lean manufacturing para impulsionar as melhorias na área industrial com ganhos de tempo e produtividade.
“Estamos preparados para atender o mercado do setor elétrico, com disponibilidade produtiva”, garante o diretor-executivo da Alubar.
Já o Grupo Prysmian investe em tecnologias que permitem trazer boas experiências aos clientes, mesmo no período de crise, sempre com foco no desenvolvimento do Brasil e da América Latina.
“Instalamos novas máquinas e equipamentos para atender nichos específicos dos mercados de distribuição e transmissão de energia, que tornarão a empresa mais flexível e rápida nas respostas às demandas emergenciais, assim como nas rotineiras, que são típicas das concessionárias de distribuição de energia”, comenta o gerente Comercial da Prysmian.
Oportunidades na transmissão
Nos últimos anos, um dos segmentos que a Aneel tem desenvolvido é o de sistemas subterrâneos de transmissão de energia (classes de tensão de 230 kV ou acima), cujos projetos possuem alta complexidade.
“O Grupo Prysmian é uma das empresas que investiu neste segmento no Brasil nas últimas décadas, por acreditar que se tornaria necessário no futuro, uma vez que a maioria das grandes cidades não permite mais que se instalem torres aéreas de transmissão em regiões metropolitanas. Para esse tipo de sistema, oferecemos soluções turn-key”, afirma Rodrigues.
Oportunidades na distribuição
Já na área de distribuição de energia, as concessionárias públicas e privadas sofreram com a pandemia da Covid-19 e a falta de fluxo na instalação de novas redes elétricas nas cidades e nas regiões rurais.
Para Rodrigues, o maior impacto foi durante o período de medidas mais restritivas.
“Para 2021, acreditamos que as utilities retomem os investimentos gradualmente nos primeiros meses do ano e voltem à normalidade”, estima.
Na visão do executivo, o Programa Luz para Todos, iniciativa que visa a “universalização” da energia elétrica, também deve continuar puxando a demanda para o setor de fios e cabos, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.
Para esse setor, a Alubar lançou o cabo ACFR. Mais leve e com maior capacidade de conduzir energia do que os cabos CAA, com o mesmo diâmetro, o material é indicado para projetos que visam ampliar o fornecimento de energia em grandes centros urbanos, sem a necessidade de construir novas linhas de distribuição, pois o produto reduz o investimento do cliente ao aumentar a oferta de energia elétrica – uma demanda que deve crescer nos próximos anos.
Energia renovável
A Alubar também possui uma linha de condutores de média tensão que pode ser utilizada em circuitos de entrada/distribuição de energia e em circuitos de alimentação e distribuição de subestações, como é o caso de usinas eólicas.
A empresa enxerga oportunidades principalmente no que diz respeito ao segmento de energia renovável, que tem crescido no Brasil nos últimos anos.